Carta para você.

É preciso estar vigilante quanto a interferência dos outros em nossa vida, pois ainda que sejam daqueles que amamos, podem se tornar os donos das nossas decisões e nós não podemos permitir que isso aconteça.
Decidir por nós é extremamente diferente de opinar e pode ser que você acredite cegamente que foi você mesmo quem decidiu tomar um caminho ao invés de outro quando na verdade cedeu aos caprichos de outra pessoa e isso minha querida não é saudável, nem a curto, nem a longo prazo, pois a vida de cada um, ou melhor, o coração de cada um deve ser o seu próprio mestre.
Deixar que pessoas próximas ou mesmo que as distantes de nós interfiram na nossa felicidade é um grande tiro certeiro que pode ferir mais do que se gostaria. Por isso, hoje, mais do que em qualquer outro momento estou preocupada, realmente preocupada com os rumos que nossas vidas tomam por sermos apegados e porque não dizer, carentes, pois devo informar que nos tornamos grandes carrascos da vida alheia devido a nossa carência, ou seja, nos sentimos donos ou propriedades daqueles que nos amam e isso, volto a repetir, não é saudável.
De modo algum devemos competir pelo amor das pessoas, ainda mais quando os tipos de amor são diferentes. Há amor para todos no reservatório que carregamos dentro de nós, não tenham dúvidas sobre isso.
Competir, amargurar-se, interferir e obter êxito quando a sua decisão consegue ser a do outro não fará a nenhum dos dois mais felizes, ao contrário, nesse dia é plantada dentro do outro a decepção, pois não imagine que a situação estará para sempre estável, quando menos se espera aquele a quem acreditamos estar com as rédeas nas mãos acordarão em seu exílio e sentirão decepção acompanhada de desprezo.
Então, não seja o carrasco na vida de outra pessoa, não decida por ela, deixe-a livre para tomar suas próprias decisões, sobretudo, porque viver é um ato solitário e se você estiver sempre controlando, o que será dessa pessoa se você partir antes e não conseguir mais direcioná-la? Teremos mais um ser humano perdido em meio ao turbilhão que a vida já é por si só, o qual poderia ter aprendido a decidir por si mesmo, mas quem tinha essa responsabilidade não o fez.

Taise Carvalho

AMODOROTEXTOS

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